quarta-feira, 5 de março de 2008

MEDICINA e profissão médica

Hoje os meios de comunicação de massas estão vazios de altruísmo a favor de egoísmos que alimentam o sensacionalismo e de ignorância imposta através de meias verdades ditas com intenção; consequentemente são fontes de solidão e de desmotivação porque egoísmo é solidão afectiva, ignorância é solidão cognitiva e a solidão desmotiva e deprime.

Entre muitas outras vítimas, alguns médicos sentem-se usurpados e refugiam-se na sua interioridade magoada, são quérulos; outros contestam direitos, denegam obrigações e projectam-se num futuro imediato em incertezas angustiantes; uns e outros descem ao nível dos "governantes," os autores de tal ambiência; esquecem a Medicina, exaltam a profissão porque se esquecem que é a Medicina que confere respeitabilidade, grandeza e nobreza ao profissional médico e que o distingue daqueles "governantes" de curta visão, que lobrigam apenas materialidade; esquecem que é pela Medicina que eles se eternizam em magnanimidade perante o Homem sofredor.

É um grande privilégio ser Médico quando a sua interioridade se verte, em compaixão universalizada, na entrega ao sofrimento do Ser-Humano, sem horários perturbantes ou interesses menores, em catatimia compassiva.

Os "relógios-de-ponto", os horários, poderão ser adequados ao funcionário mas nunca ao Médico porque o sofrimento também não os tem.

Exercer Medicina é muito mais que aplicar ciência médica e tecnologia; é mais que curar doenças. Exercer Medicina é um transcendentalismo epistemológico aplicado ao Doente; é um misto de ciência e conhecimento numénico, isto é, o que está para além das aparências sensíveis.