domingo, 23 de janeiro de 2011

A propósito do III Congresso De Psiquiatria e de MGF

1. “Entre o Normal e o Patológico”

O conceito de “Normalidade e Patologia” deve ser recusado. A avaliação válida do Ser Humano só será possível se o pensarmos na sua dimensão holística – dimensão única e real do ser perturbável, perturbante e/ou perturbado, isto é, do ser Doente (com ou sem doença) - na sua globalidade biopsicossocial, espiritual, histórica e cultural, situado nos espaços e nos tempos desde o início da sua existência, em dialéctica e condicionado pela Consciência Teleológica da Espécie contida no Ser-Humano, considerado na sua dimensão universal, única e unívoca - conceito unificado e abrangente de todos os seres humanos.
A definição de normalidade é imprecisa, simplista, porque não é possível, no Ser Humano a viver a sua existência, determinar a fronteira entre o patológico e o normal (definir é limitar), pelo que os conceitos são confusos ou incorrectos. A noção de “normalidade” não se distingue, por ligeireza, da de habitualidade e é patogénica, é uma normopatia, neurose conotada com a hipocondríase e outras fobias.
O ser humano com a sua circunstância é os seus pensamentos e as suas emoções, génese do ser saudável ou do ser doente.


2. “Paradigmas do Corpo e da Mente”

A noção de “mente” tem-na reduzido à substrutura corporal do Ser; se por um lado a mente e o corpo são referidos como identidades distintas, por outro tem-se confundido a mente com o cérebro ou com a neurofisiologia cerebral, ignorando-se que o cérebro é corpo, órgão, massa protoplásmica, materialidade metabólica e fisiológica.
Não tenho dificuldades intelectuais em atribuír veracidade científica ao critério que considera a mente como “Processo Mental”, produto espiritual guardado no inconsciente do Ser Humano, psicodinamismo da essencialidade do Ser que age entre o Ser e o corpo (cérebro).